O Covid-19 trouxe o medo do desconhecido à superfície com a mesma velocidade do seu contágio. Ainda não há vacina nem prazo para voltar à normalidade, se é que essa normalidade voltará a ser como a conhecíamos. Muito se fala sobre o ‘novo normal’, mas o fato é que mesmo este, ninguém conhece.
Passada a fase inicial da descoberta da doença, o pós-caos no mercado financeiro mundial, o prejuízo em algumas áreas da economia poderá levar décadas para ser sanado e, novamente, se pode provisionar, mas não determinar quando essa grande crise se encerrará.
O fato é que o vírus foi responsável pela aniquilação de empresas inteiras e até profissões. Porém, provocou transformações importantes como a aceleração tecnológica, a mudança na natureza do modelo de negócio, relações sociais e trabalhistas e espaços de trabalho.
Essa imprevisibilidade criou oportunidades, obrigando as organizações a saírem da zona de conforto e abandonarem os padrões obsoletos de negócio. O comportamento mudou e novos conceitos despontaram para uma realidade completamente diferente daquela experienciada até então.
Se o cliente tinha sempre razão, agora, ele é a única razão pela qual a sua empresa ainda existe. Além disso, o termo ‘trabalho em equipe’ nunca fez tanto sentido. Percebeu-se que uma engrenagem funciona perfeitamente, mesmo com as peças à distância, e que a qualidade da comunicação é absolutamente essencial para que a máquina continue a produzir.
Áreas como RH e Marketing assumiram sua responsabilidade e importância em manter a filosofia e valores da empresa para seus clientes e colaboradores. Em mantê-los motivados ainda que diante das grandes adversidades.
Hábitos de compra sofreram grandes transformações e a cultura do supérfluo perdeu força. Produtos de necessidade são determinados pela rotina das pessoas, e quando essa rotina muda, o modelo de consumo também muda.
Novos modelos de negócio, novos padrões de comportamento de consumo, novos ambientes de trabalho para serem comandados por novos líderes. E assim, não há um protótipo de profissional ideal para liderança durante a crise. Enquanto aqueles acostumados à abundância e franco crescimento da economia caem, outras figuras com perfil menos liberal e mais pragmático se destacam e assumem a liderança. São percebidos como profissionais que assumem suas responsabilidades para duras decisões. Mas essa é uma regra? Não! Nunca houve uma regra e nunca haverá. Há tendências que podem ser observadas e que durante um período são mais comuns à maioria.
O fato é que essas mudanças geram dúvidas inquietantes decorrentes de uma realidade que não existe mais.
Um líder deve aceitar que possui limitações, mas não pode transparecer suas incertezas para sua equipe. É papel da liderança assumir as suas responsabilidades, refletindo confiança para garantir que o barco chegue ao destino, mesmo que para isso as rotas tenham que ser reprogramadas ao longo do trajeto. É papel do líder fortalecer a base para que o todo não desmorone.
Compreendemos que não há um modelo ideal de liderança, mas entendemos que há perfis que naturalmente despontam para assumir o protagonismo diante de situações adversas como a crise atual. Porém, se o modelo corporativo se mantiver nos padrões anteriores à pandemia, de nada irá adiantar um líder forte e sua equipe motivada.
Então, a empresa tem o papel mais importante que é definir uma estratégia de futuro para o seu negócio e se necessário, até seu reposicionamento. Apresentar seu novo propósito, programar o reequilíbrio financeiro e econômico com a menor perda de recurso humano possível e, é claro, apoiar seus melhores e maiores líderes.
As organizações devem ter claros todos os recursos para manter seu pleno funcionamento, e isso inclui alguns pontos que precisam ser desenvolvidos e ativados pela liderança:
Não existe empresa sem líderes e líder sem equipe. Todos fazem parte da mesma engrenagem e se não houver comprometimento de todos os envolvidos, a máquina não funciona.
Durante a crise deve ser fortalecido o senso de urgência e oportunidade, assim como a capacidade de resolver problemas com assertividade.
É necessário que o líder assuma seu papel de protagonista e seja a peça fundamental que a empresa precisa, durante este momento.
Por Carolina Martins – Manager Marketing & Communication
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